Se as opiniões de Elizabeth se originassem do exemplo dado pela sua própria família, a sua ideia de felicidade conjugai e de conforto doméstico não poderia ser das mais lisonjeiras. Seu pai, cativado pela mocidade, beleza e aparência de bom humor que a juventude em geral confere às mulheres, tinha se casado com uma pessoa de débil compreensão e de ideias estreitas; muito pouco tempo depois do casamento, esses defeitos haviam extinto toda a afeição sincera que tinha por ela. O respeito, a estima, a confiança se tinham desvanecido para sempre. E todos os seus anseios de felicidade doméstica foram destruídos. Mas Mr. Bennet não era desses homens que procuram se consolar das desilusões causadas pelas próprias imprevidências entregando-se a esses prazeres em que os infelizes procuram uma compensação para as suas loucuras e os seus vícios. Gostava do campo e dos livros; disso tirava as suas principais distrações; e, quanto à sua mulher, ele pouco mais lhe devia do que os divertimentos que o espetáculo da sua ignorância e a sua falta de senso lhe tinham proporcionado. Essa não é a espécie de felicidade que os homens em geral desejam encontrar no casa-mento. Mas, na falta de outros dons, o verdadeiro filósofo se contentará com os poucos que lhe são dados.
Elizabeth, no entanto, nunca fora cega aos defeitos do pai como marido. Aquilo sempre lhe doera, mas, admirando-lhe as qualidades e grata pela maneira afetuosa com que ele a tratava, ela se esforçava por esquecer o que não podia deixar de perceber e bania dos seus pensamentos essas contínuas irregularidades de conduta conjugai que, expondo a mãe ao desprezo das próprias filhas, era portanto altamente repreensível. Mas nunca sentira tão fortemente como