Orgulho e Preconceito - Cap. 1: Capítulo I Pág. 3 / 414

Mas Lizzy é realmente um pouco mais viva do que as irmãs.

- Como é que pode falar mal assim dos próprios filhos,

Mr. Bennet? Você se compraz em aborrecer-me; não tem nenhuma pena dos meus pobres nervos.

- Está enganada, minha cara. Tenho muito respeito pelos seus nervos. São meus velhos amigos. Venho escutando você falar a respeito

deles com grande consideração, pelo menos durante esses últimos vinte anos.

- Ah, você não sabe o que eu sofro!

- Espero que você se restabeleça e viva bastante tempo para ver muitos rapazes com quatro mil libras anuais de rendimentos se instalarem na vizinhança.

- Pouco nos adiantará que venham vinte deles se você se recusar a visitá-los.

- Pode ficar certa, minha querida, de que quando chegarem os vinte eu os visitarei a todos.

Mr. Bennet era um misto tão curioso de vivacidade, humor sarcástico, reserva e capricho, que a experiência de vinte e três anos juntos tinha sido insuficiente para que a sua esposa lhe conhecesse o carácter. O espírito de sua mulher era menos difícil de compreender; tratava-se de uma senhora dotada de inteligência medíocre, pouca cultura e génio instável. Quando se aborrecia imaginava que estava nervosa. A única preocupação da sua vida era casar as filhas. Seu consolo, fazer visitas e saber novidades.





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