Orgulho e Preconceito - Cap. 47: Capitulo XLVII Pág. 302 / 414

Podem ter ido para lá apenas para se esconder. Não é provável que tenham muito dinheiro. E é justo que tenham achado mais econômico se casarem em Londres do que na Escócia.

- Mas então por que todo este mistério? Por que se escondem? Por que é que desejam casar secretamente? Oh, não, isto não é provável. O mais íntimo amigo de Wickham, como leram na carta de Jane, está persuadido de que, ele nunca teve intenção de se casar com ela. Wickham nunca se casará com uma mulher que não tenha fortuna. Não poderá sustentá-la. E que grandes interesses tem Lydia, a não ser os encantos da mocidade, da saúde e um espírito alegre, para que ele renuncie por sua causa a um casamento rico? Quanto à ofensa aos brios do regimento que esse atentado contra a honra de uma moça possa produzir, não sei até que ponto isto poderá levá-lo a hesitar, pois não sei também os efeitos que um ato assim possa produzir. Mas, quanto à sua outra objeção, não creio que tenha muito peso. Lydia não tem irmãos que a possam defender. E Wickham, que conhece meu pai, julga que, com a sua indolência e com a pouca atenção que parece dar à família, ele pouco faria e pensaria o menos possível no assunto.

- Mas você acha que Lydia está tão perdidamente apaixonada por ele que consinta em viver com um homem sem serem casados?

- É o que parece, e é bem triste - respondeu Elizabeth, com lágrimas nos olhos. - Ter de pôr em dúvida o senso de decência e virtude de uma irmã! Mas realmente não sei o que dizer. Talvez esteja sendo injusta. E Lydia é muito jovem, nunca lhe ensinaram a pensar em coisas sérias. E durante os últimos seis meses, ou melhor, durante todo o último ano, ela nada fez senão se divertir e dar largas à vaidade. Deram-lhe a liberdade de dispor do seu tempo da maneira mais frívola e inútil e de adotar as opiniões de todos os que encontrava.





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