Orgulho e Preconceito - Cap. 47: Capitulo XLVII Pág. 311 / 414

Só existe um homem no mundo que eu amo e ele é um anjo. Nunca poderia ser feliz sem ele, por isso acho que não faço mal em partir. Não precisa escrever para Longbourn comunicando a minha partida se não quiser, pois isto tornará apenas maior a surpresa quando eu escrever para casa e assinar o meu nome: Lydia Wickham. Há-de ser uma boa piada. Quase não posso escrever de tanto rir. Transmita as minhas escusas a Pratt por não poder cumprir a minha palavra e dançar com ele hoje à noite. Diga-lhe que espero que ele me perdoe quando souber o motivo e que terei o maior prazer em dançar com ele no próximo baile em que nos encontrarmos. Mandarei buscar as minhas roupas quando chegar em Longbourn; mas queria que você dissesse a Sally para costurar um rasgão no meu vestido de musselina usado, antes de pôr as coisas na mala. Até breve. Minhas lembranças para o Coronel Forster. Espero que bebam à nossa saúde, desejando que tenhamos uma boa viagem. Sua amiga afetuosa,

Lydia Bennet".

- Oh, desmiolada Lydia! - exclamou Elizabeth, depois de ler a carta. Escrever uma carta destas num tal momento... Pelo menos mostra que tinha intenções sérias. Não sei se depois ele a persuadiu a fazer outra coisa, mas pelo menos da parte dela a infâmia não foi premeditada. Pobre papá, como deve ter sofrido!

- Nunca vi ninguém ficar tão abalado. Durante bem uns dez minutos não pôde dizer nenhuma palavra. Mamã caiu doente imediatamente e a casa toda ficou na maior confusão.

- Oh, Jane - exclamou Elizabeth -, você acha que um só criado nesta casa não tenha ficado sabendo da história, naquele mesmo dia?

- Não sei, espero que não. Mas é muito difícil ser discreta numa ocasião destas. Mamã ficou histérica. E, embora eu procurasse auxiliá-la da melhor maneira, julgo que não fiz tanto quanto devia ter feito.





Os capítulos deste livro