Orgulho e Preconceito - Cap. 8: Capítulo VIII Pág. 37 / 414

Nunca esquecerei de como nos apareceu hoje de manhã. Parecia quase uma selvagem.

- É verdade, Louise, quase não pude impedir-me de rir.

Que absurdo ela ter vindo. Que sentido tem vir correndo pelo campo só porque a irmã apanhou um resfriado? O cabelo dela estava tão desarrumado, tão despenteado!

- Sim, e a saia dela? Espero que você tenha visto. A barra estava toda suja de lama.

- Sua descrição pode ser muito exata, Louise - disse Bingley -, mas não reparei em nada disso. Achei que Miss Elizabeth Bennet estava muito bonita quando entrou na sala hoje de manhã. As saias sujas de lama escaparam à minha atenção.

- O senhor viu, com certeza, Mr. Darcy - disse Miss Bingley. - E eu estou inclinada a pensar que o senhor não gostaria que uma das suas irmãs se exibisse deste modo.

- Decerto que não.

- Andar três ou quatro milhas, ou cinco milhas, ou lá o que seja, com os tornozelos metidos na lama, e sozinha, inteiramente sozinha! Que significa isto? Parece-me mostrar um conceito abominável de independência, uma indiferença toda campestre à mais elementar decência.

- Mostra a afeição que ela tem pela irmã - disse Bingley.

- Creio, Mr. Darcy - observou Miss Bingley, quase num sussurro -, que esta aventura deve ter afetado a admiração que o senhor tinha pelos seus belos olhos.

- De modo algum - replicou ele. - Achei que o exercício os tornou ainda mais brilhantes.

Depois de uma curta pausa, Mrs. Hurst recomeçou a falar:

- Eu gosto imensamente de Jane Bennet, é realmente uma ótima menina. Desejaria de todo o coração que ela se casasse. Mas, com um pai daqueles, com uma mãe daquelas e com relações tão baixas, creio que ela não tem nenhuma probabilidade de se casar.

- Creio que ouvi dizer que o tio dela é advogado em Meryton.





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