Orgulho e Preconceito - Cap. 58: Capítulo LVIII Pág. 395 / 414

Revelou-me como eram insuficientes as minhas pretensões de agradar uma mulher digna de ser amada.

- Estava mesmo persuadido de que realmente me sentiria lisonjeada?

- Confesso que estava. Que acha da minha vaidade? Eu acreditava que estava mesmo desejando e esperando as minhas propostas.

- A culpa talvez caiba às minhas maneiras, mas não agi intencionalmente. Posso-lhe jurar; jamais tencionei enganá-lo. Como me deve ter odiado depois daquela noite!

- Odiá-la? Talvez a princípio eu me tivesse encolerizado. Mas logo dirigi esta cólera contra quem a merecia.

- Tenho quase medo de lhe perguntar o que pensou de mim quando nos encontramos em Pemberley. Achou que eu tinha feito mal em ir?

- Não, de modo algum, senti apenas surpresa.

- A sua surpresa não foi menor do que a minha ao verificar que ainda se interessava por mim. Minha consciência me dizia que eu não merecia grandes cortesias e confesso que não contava receber mais do que me era devido.

- Meu fito naquela ocasião - replicou Darcy - era mostrar-lhe, por todos os meios, que não guardava um rancor mesquinho do passado. Eu esperava obter o seu perdão e apagar o mau conceito que tinha de mim, dando-lhe a perceber que eu tinha levado em conta as suas censuras. Não lhe posso dizer exatamente em que momento outros desejos nasceram em mim, mas creio que foi meia hora depois de tê-la visto.

Darcy contou-lhe então o prazer que Georgiana tivera em conhecê-la e o desapontamento que sentira com a súbita interrupção da sua visita. Isto o levou naturalmente a falar nas causas desta interrupção. E Elizabeth ficou sabendo que ele tomara a resolução de segui-la e de partir em busca da sua irmã, antes mesmo de sair da hospedaria. E que se naquela ocasião se mostrava grave e pensativo, era porque debatia consigo mesmo a respeito desta ideia.





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