Orgulho e Preconceito - Cap. 2: Capítulo II Pág. 5 / 414

Quinze dias de conhecimento decerto não é suficiente. Não se pode conhecer realmente um homem em tão curto

espaço de tempo. Mas, se não arriscarmos, outra pessoa o fará. E afinal de contas Mrs. Long e as sobrinhas devem ter também a sua oportunidade. E, como lhe será fácil pensar que é um ato de caridade da sua parte recusar tal incumbência, eu assumirei a responsabilidade.

As meninas olharam fixamente para o pai. Mrs. Bennet disse apenas:

- Tolice, tolice.

- Qual é o significado dessa exclamação enfática? - perguntou o pai. - Considera tolice as formas de apresentação e a importância que lhes emprestamos? Neste ponto não posso concordar com você. Que é que acha, Mary? Sei que é uma moça de juízo; lê grandes livros e faz resumos de tudo o que lê.

Mary quis fazer uma observação sensata mas não pôde.

- Enquanto Mary ajusta as suas ideias - continuou Mr. Bennet -, voltemos a Mr. Bingley.

- Estou enjoada de Mr. Bingley - exclamou Mrs. Bennet.

- Causa-me pena saber isto. Por que não me disse antes? Teria evitado que eu me desse ao trabalho de visitá-lo. Foi pouca sorte. Mas como tudo está feito, não podemos agora evitar relações.

O ar estupefacto das senhoras era exatamente o que ele desejava causar. O de Mrs. Bennet talvez sobrepujasse os outros. Entretanto, ao desvanecer-se o primeiro tumulto de alegria, ela começou declarando que era aquilo mesmo o que esperava.

- Que bondade da sua parte, caro Mr. Bennet! Tinha certeza de que acabaria por convencê-lo, pois estava certa do seu amor pelas suas filhas. Sabia portanto que não iria desprezar assim uma tão grande oportunidade. Nem sabe a alegria que sinto... E com que espírito você nos enganou até o último momento!

- Agora, Kitty, pode tossir à vontade - disse Mr.





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