Não me voltaria a casar depois dos sessenta e procuraria ser hospitaleiro sem exceder-me. Dedicar-me-ia a educar e dirigir as mentes de jovens prometedores, convencendo-os, graças às minhas recordações, vivências e experiências apoiadas em numerosos exemplos, de quão útil é a prática da virtude, tanto na vida pública como privada. Mas a escolha dos meus companheiros predilectos recairia num grupo de doze imortais como eu, escolhidos desde os mais antigos até aos meus próprios contemporâneos. Se algum deles carecesse de fortuna, proporcionar-lhe-ia alojamento adequado na minha própria casa; à minha mesa estariam sempre presentes alguns. Só teriam acesso a mim alguns dos mortais que fossem interessantes: com o passar do tempo ficaria calejado, encarando a sua morte com total indiferença. De igual forma trataria as gerações seguintes, com a alegria de ver brotar, em cada ano, os cravos e as tulipas nos jardins, sem deplorar o desaparecimento das flores murchas do ano anterior.