«Esta proposta foi liminarmente rechaçada pelo Conselho. Bolgolam, o almirante, não pôde conter o seu agastamento; levantou-se enfurecido e disse que se espantava com o facto de o secretário ter o atrevimento de optar por manter um traidor com vida. Que os serviços que havíeis prestado constituíam, de acordo com todas as razões de Estado, uma séria agravante dos vossos crimes; que vós, que havíeis podido apagar um incêndio urinando sobre os aposentos da rainha (coisa que mencionou com horror), poderíeis, com o mesmo procedimento, noutra circunstância, provocar uma inundação que alagaria todo o palácio; que a mesma força que vos permitiu trazer toda a frota inimiga poderia levar-vos a devolvê-la, ao menor descontentamento; que tinha boas razões para pensar que, no vosso íntimo, éreis realmente partidário da parte mais larga do ovo; e que a traição começa no pensamento antes de manifestar-se abertamente em actos. Assim, acusou-vos de traidor e, por este motivo, insistia em que se deveria condenar-vos à morte.