Mas acabei por me deixar tocar, apesar de tudo; comecei a andar mais devagar - e disse:
«Realmente, o que eu quis foi descobrir uma oportunidade de achar qualquer coisa nova. Senti que ia sendo já tempo disso. Será uma grande falta de juízo?».
Não me respondeu. Estávamos quase a sair da avenida.
Por cima da ponte, por cima do canal, havia um vulto sombrio e hesitante que parecia à espera de alguma coisa ou de alguém.
Tratava-se de um polícia malaio, pés descalços, vestindo o seu uniforme azul. A faixa cor de prata do seu gorro pequeno e redondo cintilava debilmente à luz de um lampião de rua. Espreitou na nossa direcção com timidez.
Antes de chegarmos ao lugar onde se encontrava, começou a caminhar, dirigindo-se para o molhe. Era uma distância de menos de cem metros, e depois de a percorrer dei com os meus coolies, sentados nos próprios calcanhares. Continuavam com a vara ao ombro, e todos os meus bens terrenos, suspensos dessa vara, descansavam no chão, entre esses homens agachados. Tão longe quanto os olhos alcançavam, ao longo do cais, não se via mais ninguém, a não ser o polícia nativo, que nos fez a continência.
Segundo parecia, interrompera o caminho dos coolies, considerando-os gente suspeita e proibindo-lhes a entrada no cais. Mas bastou um sinal meu para o fazer levantar a proibição. Pacientes, os dois coolies ergueram-se, resmungando em voz baixa e ao mesmo tempo, e lá foram como que a trote pelas tábuas da ponte, enquanto eu me preparava para me despedir do capitão Giles, e ele tinha, pelo seu lado, todo o ar de quem vê aproximar-se o termo da sua missão.