Não me faltava que fazer, como bem podes calcular, portanto pus os marinheiros a trabalhar e depois pensei que podia dormitar um pouco. Ainda não havia dez minutos que tinha adormecido no meu beliche quando o camaroteiro entra de rompante e começa a puxar-me por uma perna.
- Pelo amor de Deus, senhor Jukes, venha cá fora! Venha depressa ao convés, sir. Oh, venha cá fora!
O tipo fez-me perder completamente a tramontana. Eu não imaginava o que havia acontecido: outro furacão - ou o quê? Não ouvia o menor sinal de vento.
- O capitão está a deixá-los sair. Oh, ele está a deixá-los sair! Salte para o convés, sir, e salve-nos. O primeiro-maquinista acaba de descer ao camarote para buscar o revólver.
Foi isto que eu ouvi aquele palerma dizer. Contudo, o tio Rout jura que foi ao camarote só para ir buscar um lenço lavado. Seja como for, dei um pulo para dentro das calças e voei para o convés da popa. Havia realmente uma grande barulheira para as bandas da ponte. Quatro marinheiros encontravam-se com o mestre a trabalhar perto da popa. Passei-lhes algumas das espingardas que todos os navios da costa da China transportam no paiol e conduzi-os para a ponte. De caminho choquei com o Tio Sol, que parecia sobressaltado e chupava um charuto por acender.
- Venha daí - gritei-lhe.
Lançámo-nos, os sete, para a casa de navegação.
Estava tudo acabado. O capitão encontrava-se ali de pé, com as suas botas impermeáveis ainda puxadas até às ancas e em mangas de camisa - deu-lhe o calor quando esteve a congeminar aquilo, creio eu. A seu lado, o elegante amanuense da Bun Hin, mais sujo que um esfregão, ainda tinha a cara verde. Percebi imediatamente que ia apanhar um raspanço.