Tufão - Cap. 6: VI Pág. 101 / 103

- Que diabo vêm a ser essas macacadas, senhor Jukes? - perguntou o capitão tão furioso quanto lhe era possível estar. Digo-te francamente que me fez perder a fala. - Por amor de Deus, senhor Jukes - diz ele -, tire essas espingardas aos homens. Alguém vai ferir-se com certeza, ' não tarda muito, se você não o fizer. Diabos me levem se este navio não parece uma casa de malucos! Despache-se, homem. Eu quero-o aqui em cima para me ajudar e ao chinês da Bun Hin a contar esse dinheiro. Se não se importa, senhor Rout, já que está aqui dá uma ajuda também. Quantos mais formos tanto melhor.

Ele tinha pensado tudo enquanto eu dormia uma soneca. Se estivéssemos num navio inglês, ou ao menos fôssemos largar o nosso carregamento de coolies num porto inglês, como, por exemplo, Hong Kong, seria um não mais acabar de inquéritos e chatices, acções de perdas e danos, etc. Mas aqueles chineses conheciam as suas autoridades melhor do que nós.

As escotilhas já haviam sido abertas e eles encontravam-se todos no tombadilho depois de uma noite e de um dia lá em baixo. Uma pessoa sentia-se esquisita só de ver todas aquelas caras escave iradas e assustadas. Os desgraçados olhavam em redor para o céu, para o mar, para o navio, como se os surpreendesse não ver tudo aquilo escaqueirado, E não admira! Eles haviam recebido tratos capazes de fazerem qualquer homem branco render a alma. Mas quanto a isso costuma dizer-se que os Chineses não têm alma. Mas têm, seja lá como for, uma resistência dos diabos. Havia um tipo (entre os mais gravemente feridos) cujo olho por pouco lhe não saltara da órbita. Parecia meio ovo de galinha a sair-lhe da cara. O bastante para manter na cama qualquer branco durante um mês; mas o tipo estava ali no meio da malta mexendo-se e falando com os outros.





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