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“Assim com firme peito, e com tamanho 
Propósito, vencemos a Fortuna, 
Até que nós no teu terreno estranho 
Viemos pôr a última coluna. 
Rompendo a força do líquido estanho, 
Da tempestade horrífica e importuna, 
A ti chegamos, de quem só queremos 
Sinal, que ao nosso Rei de ti levemos.
 
 
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“Esta é a verdade, Rei; que não faria 
Por tão incerto bem, tão fraco prémio, 
Qual, não sendo isto assim, esperar podia, 
Tão longo, tão fingido e vão proémio; 
Mas antes descansar me deixaria 
No nunca descansado e fero grémio 
Da madre Tethys, qual pirata inico, 
Dos trabalhos alheios feito rico.