O Livro da Selva - Cap. 2: A CAÇADA DE CÁ Pág. 51 / 158

- Descansa que não me esqueço, mas portou-se mal e tem de ser punido. Máugli, tens alguma coisa a alegar?

- Nada. Procedi mal. Tu e Bálu estais feridos. É justo. Bàguirà deu-lhe meia dúzia de sapatadas de mimo; a seu ver, estas mal chegariam para acordar um dos seus miúdos, mas para um rapazinho de sete anos constituíam uma sova tão rija quanto se desejaria evitar.

Depois de ela terminar, Máugli espirrou e endireitou-se sem dizer palavra.

- Agora - disse Bàguirà -, salta-me para o lombo, irmãozinho, e vamos para casa.

Uma das belezas da Lei da Selva é que o castigo liquida todas as contas. E não há mais alterações.

Máugli pousou a cabeça no dorso de Bàguirà e adormeceu tão profundamente que não acordou quando o pousaram ao lado de Mãe Loba na, gruta caseira.

MARCHA DOS BÂNDARLOUGUE


Cá seguimos em grinalda pelo ar
Até junto à Lua ciosa parar!
Nossos bandos brincalhões não invejais?
Não queríeis ter mãos além das naturais?
Não gostáveis de ter um rabo assim comprido?
Recurvo à maneira dos Arcos de Cupido?
Zangas-te agora? - Isso não importa.
Irmão, trazes atrás a cauda torta!


Sentados em linha sobre densos ramos
Magicamos lindas coisas que pensamos,
Sonhando em façanhas, fazemos tenção
Ter tudo pronto num minuto, dois ou então...
Nobres, grandiosas e coisas boas são!
Alcançadas só com um desejo vão...
Agora vamos para... isso não importa.
Irmão, trazes atrás a cauda torta!


Todo o falar que alguma vez escutamos
A morcego, aliárias, aves ou gamos,
Barbatana, escama, penugem ou couro,
Tagarelai-o rápido, juntos e em coro!
Excelente! Admirável! Notamos,
Que como os homens desde agora falamos.





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