A Última Aventura de Sherlock Holmes - Cap. 8: A AVENTURA DO PÉ DO DIABO Pág. 179 / 210

No caso de a polícia pretender mais informação, terei todo o prazer em recebê-los em minha casa. Agora, Watson, penso que talvez possamos aproveitar melhor o tempo noutro local.

Ou porque a polícia não apreciou a intrusão de um amador ou porque imaginou ter deparado com uma pista frutífera, a verdade é que não soubemos nada durante dois dias. Entretanto, Holmes dedicou algum do seu tempo a fumar e a meditar em casa, porém a maior parte em passeios pelo campo, sozinho. Regressava horas depois e não se abria quanto aos sítios onde estivera. Houve uma experiência que me mostrou a linha da sua investigação. Holmes comprara um candeeiro igual ao que ardia na sala de Mortimer Tregennis na manhã da tragédia. Encheu-o com o mesmo petróleo usado no vicariato e mediu cuidadosamente o tempo que levava a esgotar o combustível. Fez também uma experiência de natureza mais desagradável e que nunca esquecerei, penso.

- Lembre-se, Watson - disse-me uma tarde -, de que só existe um único ponto de semelhança entre os vários relatos que nos chegaram. É o respeitante à atmosfera das salas, nos dois casos, segundo as primeiras pessoas que lá entraram. Recordar-se-á que Mortimer Tregennis, descrevendo a última visita à casa dos irmãos, disse que o médico, ao entrar na sala, caíra numa cadeira. Esqueceu-se? Pois eu lembro-me bem. A governanta, Mrs. Porter, contou-nos que desmaiara ao chegar ao local da tragédia e abrira, depois a janela. No segundo caso, o do próprio Mortimer Tregennis, não se esqueceu certamente da horrível atmosfera sufocante da sala quando chegámos, apesar de a criada ter aberto ajanela. Esta criada, apurei entretanto, ficou de tal maneira doente que foi obrigada a ir para a cama.





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