A Última Aventura de Sherlock Holmes - Cap. 3: A AVENTURA DA CAIXA DE CARTÃO Pág. 55 / 210

Se quisesse colaborar com a Justiça, já teria provavelmente entrado em contacto com a polícia. Mas tínhamos, evidentemente, o dever de a procurar, e assim fizemos, Descobrimos que a notícia da chegada do embrulho (a sua doença data dessa altura) exerceu sobre ela tal efeito que lhe provocou febre nervosa. Tornou-se mais nítido do que nunca que compreendera todo o significado da encomenda e também que deveríamos esperar algum tempo antes que ela nos pudesse ajudar.

» No entanto, não precisávamos de tal ajuda. As respostas às nossas perguntas aguardavam-nos na esquadra, para onde Algar as deveria enviar, a meu pedido. Nada podia ser mais concludente. A casa de Mrs. Browner estava fechada havia mais de três dias e os vizinhos pensavam que ela viajara para o Sul de visita à família. Nos escritórios da companhia de navegação apurara-se que Browner partira no May Day, que deve chegar ao Tamisa, calculo eu, amanhã à noite. Browner terá a aguardá-lo o obtuso mas resoluto Lestrade e teremos então todos os pormenores que ainda nos faltam.

Sherlock Holmes não ficou frustrado nas suas expectativas.

Dois dias passados, recebeu um gordo sobrescrito, contendo um curto bilhete do detective e um documento dactilografado com várias folhas de papel-ministro.

- Lestrade apanhou-o - disse Holmes, olhando-me. - Talvez lhe interesse ouvir o que ele diz.

MEUCARO MR. HOLMES:

De acordo com o plano que concebemos para pôr à prova as nossas teorias [o «nós» tem graça, não tem, Watson?] fui ontem a Albert Dock às seis da tarde e embarquei no S. S. May Day, da Liverpool, Dublin and London Steam Packet Company. Investigando, descobri que havia a bordo um criado de nome James Browner, o qual se comportara durante a viagem de forma tão extraordinária que o capitão se vira obrigado a dispensá-lo das suas funções.





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