O Regresso de Sherlock Holmes - Cap. 1: A Aventura da Casa Vazia Pág. 21 / 363

Não nos prestava qualquer atenção, mas os seus olhos fitavam o rosto de Holmes com uma expressão que era um misto de ódio e de espanto.

- Seu demónio! – murmura continuamente. - Seu inteligente, inteligente demónio!

- Ah, coronel - disse Holmes, compondo o colarinho amarrotado. - «As viagens terminam em encontros de amantes» como diz a antiga peça de teatro. Não creio ter tido o prazer de o ver desde que me deu a honra da sua atenção quando eu estava deitado na saliência rochosa por cima de-Reichenbach Fall.

O coronel fitou o meu amigo como se-estivesse em transe.

- Seu astuto, astuto demónio! - foi a única coisa que conseguiu dizer.

- Ainda não o apresentei - disse Holmes. - Meus senhores, este é o coronel Moran, que outrora pertenceu ao Exército Indiano de Sua Majestade, e o melhor atirador de caça grossa que o nosso império oriental alguma vez produziu. Creio que não errarei ao dizer; coronel, que o seu- recorde de tigres abatidos continua por bater; certo?

- O velho feroz nada disse mas continuou a olhar com -ódio para o meu companheiro. Com os seus olhos selvagens e bigode hirsuto, parecia, ele próprio, um tigre.

- Admira-me que o meu tão simples estratagema tenha enganado tão velho shikari- disse Holmes. - Deve conhecê-lo bem. Nunca amarrou um cabrito a uma árvore à qual depois subiu com a sua espingarda, esperando que o chamariz lhe trouxesse o seu tigre? Esta casa vazia é a minha árvore e o senhor o meu tigre. Possivelmente tinha outras armas de reserva para o caso de haver vários tigres ou na improvável hipótese de a sua pontaria falhar. Estas - e apontou à sua volta -, são as minhas outras armas. O paralelismo é exacto.

O coronel Moran deu um Salto em frente rosnando de raiva mas os polícias puxaram-no para trás.





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