- Exactamente. O mais natural seria também matarem Lady Brackenstall.
- Talvez não se tenham apercebido de que ela voltou a si do desmaio - sugeri eu.
- É provável. Se ela parecesse estar inconsciente, não valia a pena matá-la. E quanto a este pobre tipo, Hopkins? Já ouvi algumas histórias estranhas a seu respeito.
- Era um homem bondoso quando estava sóbrio, mas um perfeito demónio quando se embriagava, ou antes, quando estava semiembriagado, pois raramente se embriagava totalmente. Nessas alturas, parecia possesso pelo Demónio e era capaz de tudo. Segundo o que ouvi dizer, apesar da sua fortuna e título, esteve à beira de ser preso uma ou duas vezes. Houve um escândalo quando encharcou um cão com petróleo e lhe lançou fogo... era o cão de Lady Brackenstall, o que agravou a questão... e só muito dificilmente é que conseguimos abafar o caso. Depois, atirou uma garrafa à criada, Theresa Wright… e houve problemas. Aqui entre nós, esta casa será mais feliz sem ele. Que é que está a examinar?
Holmes estava de joelhos, a examinar com extrema atenção os nós no cordão vermelho com que a senhora fora amarrada. Depois, observou cuidadosamente a ponta partida e esfiampada pela qual se partira quando o ladrão o puxara.
- Quando o cordão foi arrancado, a campainha da cozinha deve ter tocado muito alto - comentou ele.
- Ninguém a ouviria. A cozinha fica nas traseiras da casa.
- Como é que o ladrão sabia que ninguém ouviria? Como é que ele se atreveu a puxar o cordão daquela maneira?
- Exactamente, Sr. Holmes, exactamente.