Fomos todos assim, naquela encantada e quase fantástica Coimbra de há dez anos. Um sopro romântico, cálido mas balsâmico, fazia rebentar tumultuariamente as nossas primaveras em borbotões de flores; flores exóticas, estranhas, que a ciência impassível bania inexoravelmente das suas correctas classificações, mas a que dava um indizível encanto, um atractivo particular uma coisa: a mocidade.
Dava... para quem? para nós mesmos, sobretudo. E pois aos amigos de então, conhecidos e desconhecidos, que este livrinho é particularmente dedicado.
Somos homens, hoje. Mas qual de nós, virando-se para os mudos fantasmas do seu passado, que ainda às vezes, entre risonhos e melancólicos, lhe surgem num e noutro ângulo da vida real, terá a triste coragem de os não saudar com um sorriso amigo e agradecido? qual de nós dirá ao coração - quero esquecer que pulsaste com vida, com amor, com delírio, tal dia, tal hora, tal instante - ?