Efectivamente, encontrou, na embocadura de um rio que desaguava perto, praia serena e macia, onde,- e já não era sem tempo! - descansa de tão perigosa e extenuante viagem. Beijou a terra, comovido, e tratou de procurar abrigo para repouso maior.
Um bosque cerrado, que o rio banhava, ofereceu-lhe resguardo. As folhas fofas atapetavam tão espessamente o solo, que Ulisses pôde arranjar com elas uma cama fofa. Deitou-se num colchão de folhas, cobriu-se com um cobertor de folhas, sob as frondes de duas oliveiras, uma selvagem, outra cultivada, que - estranho caso! - parecia nascer da mesma raiz. Tão entrelaçados estavam os seus ramos, que nem sopro de vento, nem raio de sol, nem gota de chuva ali tinham penetrado jamais. Satisfeito e seguro, Ulisses dormiu depois largas horas tranquilas. Como homem que, em descampado distante de terras povoadas, aconchega nas cinzas as brasas do lume que dificilmente conseguira acender, receando que ele se apague - o pai de Telémaco escondeu-se e aconchegou-se debaixo das folhas, para se defender de qualquer ameaça que porventura surgisse. E assim adormeceu na paz da natureza.