Orgulho e Preconceito - Cap. 24: Capítulo XXIV Pág. 150 / 414

Elizabeth não podia se opor a tal desejo. E a partir desse dia o nome de Mr. Bingley quase nunca mais foi mencionado entre elas. Mrs. Bennet continuou ainda a estranhar e a queixar-se de que ele não voltava mais. E, embora não se passasse um dia sem que Jane desse uma explicação razoável, parecia haver pouca probabilidade de que Mrs. Bennet jamais considerasse aquele fato com menos perplexidade. Sua filha procurava convencê-la de uma coisa em que ela mesma não acreditava: de que as atenções de Bingley tinham sido o efeito de uma simpatia transitória, cessando depois que a perdera de vista. Mas, embora a probabilidade dessa afirmação fosse admitida no momento, Jane era obrigada a repeti-la no dia seguinte. O melhor consolo de Mrs. Bennet era lembrar-se de que Bingley tornaria a voltar para o verão.

Mr. Bennet pensava de maneira diferente.

- Então, Lizzy - disse ele um dia -, sua irmã teve um desgosto amoroso, creio eu. Ela merece os meus parabéns. Depois do casamento, o que uma moça mais aprecia é um desgosto amoroso de vez em quando. É uma coisa que dá o que pensar e lhe confere uma espécie de distinção entre as companheiras. Quando chegará a sua vez? Você não há de querer ser suplantada por Jane. Chegou a sua hora. Há bastantes oficiais em Meryton, para desapontar todas as moças da região. Escolha Wickham. É um sujeito simpático e lhe daria o fora agradavelmente.

- Obrigada, meu pai, mas um homem menos agradável seria suficiente para mim. Não devemos todas esperar a boa sorte de Jane.

- É verdade - disse Mr. Bennet -, mas é um conforto pensar que o que quer que lhe suceda nesse gênero, você tem uma mãe afetuosa que saberia tirar o melhor partido disto.

A companhia de Mr. Wickham ajudava eficientemente a dissipar a tristeza que as últimas ocorrências tinham trazido para muitos dos habitantes de Longbourn.





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