Orgulho e Preconceito - Cap. 28: Capítulo XXVIII Pág. 173 / 414

- É uma vizinha muito atenciosa.

- É verdade, meu bem, é exatamente o que eu digo. Ela é dessas senhoras que a gente não pode deixar de tratar com a maior deferência.

Passaram a maior parte da noite falando sobre as novidades do Hertfordshire, e repetindo verbalmente o que já tinha sido comunicado por carta. E mais tarde, na solidão do seu quarto, Elizabeth teve que meditar sobre o extraordinário contentamento de Charlotte, a fim de compreender a serenidade e a habilidade com que ela conduzia o marido; pensou também nos dias que passaria ali, nos calmos divertimentos que os encheriam, nas irritantes interrupções de Mr. Collins e nas alegrias das visitas a Rosings. A sua imaginação traçou uma imagem viva de tudo isto.

No dia seguinte, depois do almoço, enquanto Elizabeth se aprontava no quarto para o passeio, um ruído súbito lá embaixo pareceu lançar a casa em confusão. Depois de ficar atenta um minuto, Elizabeth ouviu alguém subir as escadas correndo, gritando o seu nome. Abriu a porta e no patamar encontrou Maria, que, sem fôlego, de tanta agitação, exclamou:

- Oh, Eliza, apronte-se depressa e desça para a sala de jantar. Você não sabe quem está aí. Não vou lhe dizer quem é. Venha depressa, desça imediatamente.

Elizabeth fez várias perguntas em vão. Maria se recusou a lhe dar resposta. Correram para baixo e entraram na sala de jantar que ficava defronte da alameda. No portão do jardim estava estacionado um faéton baixo com duas senhoras.

- É só isto? - exclamou Elizabeth. - Eu supus no mínimo que os porcos tinham entrado no jardim. F. nada vejo a não ser Lady Catherine e sua filha.

- Oh - exclamou Maria, escandalizada com o engano. - Não é Lady Catherine; aquela senhora é Mrs. Jenkinson, que mora com eles.





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