Orgulho e Preconceito - Cap. 31: Capítulo XXXI Pág. 189 / 414

Ele aproximou a sua cadeira. Lady Catherine ouviu metade de uma canção e em seguida continuou a conversar como antes com o outro sobrinho, até que este se afastou dela e, dirigindo-se resolutamente ao piano, colocou-se de modo a poder observar o rosto da bela executante. Elizabeth percebeu o que ele estava fazendo e, na primeira pausa, virou-se para ele e disse, com um sorriso malicioso:

- É para me assustar, Mr. Darcy, que se aproximou com toda esta imponência? Mas não ficarei alarmada, embora a sua irmã toque tão bem. Tenho uma persistência que a vontade dos outros é incapaz de intimidar. Nesses momentos a minha coragem sempre me socorre.

- Eu não direi que a senhora está enganada - replicou ele -, porque é impossível que acredite realmente que eu tivesse a intenção de alarmá-la. Eu tenho o prazer de conhecê-la já há bastante tempo para saber

que gosta muito de exprimir de vez em quando opiniões que de fato não são as suas.

Elizabeth riu cordialmente com essa descrição da sua pessoa e disse para o Coronel Fitzwilliam:

- Seu primo vai-lhe dar uma bela ideia a meu respeito, ensinando-lhe a não acreditar numa só palavra do que eu falo. É uma falta de sorte ter encontrado uma pessoa capaz de expor aos outros o meu carácter real num lugar onde eu tinha tido a esperança de deixar uma boa impressão. Realmente, Mr. Darcy, é uma falta de generosidade da sua parte mencionar aqui tudo o que descobriu sobre as minhas fraquezas, do Hertfordshire. E além disso acho a sua atitude muito pouco política, pois me incita a represálias. Neste caso podem sair coisas que escandalizarão os seus parentes.

- Eu não tenho medo de você - disse ele, sorrindo.

- Não deixe de dizer as coisas de que o acusa - exclamou o Coronel Fitzwilliam.





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