Orgulho e Preconceito - Cap. 36: Capítulo XXXVI Pág. 222 / 414

Darcy menos infame, podia ser vista sob um aspecto que o inocentava inteiramente. A extravagância e a dissolução que Mr. Darcy não hesitava em atribuir ao carácter de Mr. Wickham a feriam extremamente. E tanto mais que ela não podia apresentar uma prova de que essas acusações eram injustas. Elizabeth nunca ouvira falar em Wickham antes da sua entrada na milícia do condado de..., na qual ele se engajara, obedecendo à sugestão de um rapaz que encontrara acidentalmente em Londres. Nada se sabia no Hertfordshire a respeito da sua vida anterior, a não ser o que ele próprio tinha contado. Quanto ao seu carácter real, mesmo que tivesse meios para isto, Elizabeth nunca sentira o desejo de fazer investigações a respeito. A sua figura, a sua voz, os seus modos haviam sido suficientes para que ela lhe atribuísse todas as virtudes. Procurou se lembrar de algum exemplo de bondade, de algum traço marcante de integridade ou de benevolência que o pudesse salvar dos ataques de Mr. Darcy. Ou pelo menos de uma virtude que prevalecesse sobre aquilo que o seu desafeto tinha descrito como sendo ociosidade e vício e em que ela procurava ver apenas uma série de erros casuais. Mas não lhe foi possível encontrar nenhuma lembrança dessa natureza. Podia vê-lo instantaneamente diante de si, com todo o encanto das suas boas maneiras, mas não podia se lembrar de nenhum ato concreto de virtude, que merecesse a aprovação geral da sociedade e a consideração que ele desfrutava entre os oficiais. Depois de refletir consideravelmente sobre este ponto, mais uma vez recomeçou a ler. Mas infelizmente a história que se seguia, relativa aos seus desígnios de raptar Miss Darcy, era confirmada pela conversa havida entre ela própria e o Coronel Fitzwilliam, na manhã anterior; e finalmente Mr.




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