Orgulho e Preconceito - Cap. 48: Capitulo XLVIII Pág. 319 / 414

Bennet viesse para Longbourn. A carruagem levou-os portanto até metade da jornada, e trouxe de volta Mr. Bennet a Longbourn. Mrs. Gardiner partiu, tão perplexa a respeito do caso de Elizabeth e de Mr. Darcy como viera desde o Derbyshi-re. O nome dele não fora mencionado voluntariamente nem uma vez pela sobrinha. E a vaga esperança que tinha Mrs. Gardiner de que Elizabeth recebesse logo uma carta de Darcy não fora correspondida. Desde o seu regresso, Elizabeth não tinha recebido nenhuma carta que parecesse vir, de Pemberley. Os atuais dissabores da família tornavam desnecessária outra escusa para a depressão de Elizabeth. Ninguém podia portanto desconfiar de coisa alguma. Mas Elizabeth, que conhecia regularmente os próprios sentimentos, sabia bem que se não tivesse renovado as relações com Darcy teria suportado a mágoa pela infâmia de Lydia com muito maior facilidade. E não perderia uma noite de sono em cada dois dias.

Mr. Bennet chegou e todos repararam que aparentemente ele conservava toda a serenidade filosófica. Falou muito pouco, como era o seu hábito. Não mencionou o assunto que o levara a Londres e só muito tempo depois as filhas tiveram coragem de se referir a isto.

Foi só à tarde, à hora do chá, que Elizabeth se aventurou a falar sobre o assunto. Começou exprimindo os seus sentimentos pelas aflições que o pai deveria ter passado. Ele respondeu:

- Não fale mais nisto. Quem deveria sofrer senão eu mesmo? Foi tudo por minha culpa, sou obrigado a reconhecê-lo.

- Não deve ser severo demais para consigo próprio - replicou Elizabeth.

- É bom que você me previna contra este erro. A natureza humana tem a tendência a cair nele. Não, Lizzy, deixe que por uma vez na vida eu sinta o peso da minha responsabilidade.





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