«Puxar-lhe o nariz?», disse o capitão Giles, mostrando-se chocado. «Isso havia de lhe servir de muito!»
O comentário era tão despropositado que não havia resposta possível. Mas por fim a impressão de absurdo de tudo aquilo começava a fazer-me sentir o seu bem conhecido poder de fascínio. Tinha agora a impressão de que não devia permitir que aquela conversa continuasse. E levantei-me, declarando-lhe com secura que já estava a ser demais para as minhas forças... - que não era capaz de o entender.
Mas antes de ter tempo de me afastar, o capitão falou outra vez, agora num tom diferente, obstinado, com baforadas nervosas do cachimbo.
«Bom... - trata-se de um rapazola sem importância, bem vistas as coisas. Mas pergunte-lhe o que eu lhe disse, e pronto. Só isso e mais nada.»
Este novo tom impressionou-me... - ou melhor, fez-me parar em silêncio. Mas, tendo a seguir o bom senso retomado os seus direitos, saí prontamente da varanda, dirigindo-lhe um sorriso sem sombra de alegria. Dois passos depois, achei-me na sala de jantar, cuja mesa fora levantada e onde não havia ninguém. Só que, durante tão breve espaço de tempo, toda uma multiplicidade de ideias me viera à cabeça, ideias tais como: Giles estivera a meter-se comigo, para se divertir um bocado a expensas minhas; eu devia ter, com certeza, cara de idiota e de pessoa que é fácil levar à certa; a minha experiência da vida era, afinal de contas, bastante pequena ainda.