Assim fosse!
Mas o nome de Hamilton feriu-me bruscamente o ouvido, redespertando-me a atenção.
«Pensei que já tínhamos acabado com isso», disse então, mostrando o meu desagrado com bastante nitidez.
«Sim. Mas parece-me que, tendo em conta o que por acaso acabámos de ouvir, o senhor devia fazê-lo.»
«Devia fazê-lo?» E recostei-me mais entontecido que nunca. «Mas fazer o quê?»
O capitão encarou-me cheio de estupefacção.
«O quê? Mas fazer o que eu tenho estado a aconselhar-lhe que faça. Devia ir perguntar ao despenseiro o que vinha dentro da carta da capitania. Vá lá perguntar-lhe, vá depressa.»
Perdi a fala por momentos. Cá estava enfim alguma coia suficientemente inesperada e original para me ser completamente incompreensível. Murmurei por fim, cheio de surpresa:
«Mas julguei que era Hamilton quem o senhor...» «Isso mesmo. Não lhe dê oportunidade para isso. Faça ° que lhe estou a dizer. Lance o seu croque ao despenseiro. Há-de o pôr aos saltos, posso apostar», insistiu ele, agitando, de maneira para mim impressionante, o cachimbo aceso no ar. Depois, puxou três baforadas muito rápidas.
A sua expressão de astúcia vencedora era inenarrável. E continuava, porém, a ser uma figura estranhamente simpática.