- Sim, tudo parece claro.
- Raciocinemos agora noutro sentido. Quando seguimos duas linhas de pensamento, Watson, elas encontram-se em determinado ponto que se aproxima da verdade. Partamos não da senhora, mas do caixão; raciocinemos de trás para a frente. O caixão demonstra, receio bem, sem dúvida alguma, que a senhora está morta. Sugere também um enterro normal com a devida certidão de óbito e autorização oficial. Se a senhora tivesse sido assassinada, tê-la-iam enterrado no jardim das traseiras. Ora, tudo se passa às claras. Que deveremos concluir? Decerto a mataram de uma maneira capaz de iludir o médico e simular morte natural... envenenamento, talvez. E, todavia, continua a ser estranho que tenham deixado um médico aproximar-se, salvo tratando-se de um cúmplice, hipótese dificilmente aceitável.
- Não terão falsificado a certidão de óbito?
- Perigoso, Watson, muito perigoso. Não me parece. Alto, cocheiro! É este o cangalheiro, pois acabámos de passar o penhorista. Quer ir lá, Watson? O seu aspecto inspira confiança. Pergunte a que horas é o funeral de Poultney Square, amanhã.