A Última Aventura de Sherlock Holmes - Cap. 7: O DESAPARECIMENTO DE LADY FRANCES CARFAX Pág. 153 / 210

- Os malvados convenceram a infeliz senhora a vir para Londres, depois de a terem separado da sua criada de confiança. As cartas que porventura tenha escrito foram interceptadas, Através de cúmplices, alugaram uma casa mobilada. Encarceraram-na e apoderaram-se das valiosas jóias que desde o início constituíram o objectivo do golpe. Já começaram a vendê-las, acto que lhes parece seguro, pois não têm motivo para pensar que alguém se interesse pela sorte da senhora. Se a libertarem, ela denunciá-los-á, evidentemente, portanto, não a podem libertar. Mas também não podem mantê-la presa para sempre. Logo, só lhes resta uma solução: matá-la.

- Sim, tudo parece claro.

- Raciocinemos agora noutro sentido. Quando seguimos duas linhas de pensamento, Watson, elas encontram-se em determinado ponto que se aproxima da verdade. Partamos não da senhora, mas do caixão; raciocinemos de trás para a frente. O caixão demonstra, receio bem, sem dúvida alguma, que a senhora está morta. Sugere também um enterro normal com a devida certidão de óbito e autorização oficial. Se a senhora tivesse sido assassinada, tê-la-iam enterrado no jardim das traseiras. Ora, tudo se passa às claras. Que deveremos concluir? Decerto a mataram de uma maneira capaz de iludir o médico e simular morte natural... envenenamento, talvez. E, todavia, continua a ser estranho que tenham deixado um médico aproximar-se, salvo tratando-se de um cúmplice, hipótese dificilmente aceitável.

- Não terão falsificado a certidão de óbito?

- Perigoso, Watson, muito perigoso. Não me parece. Alto, cocheiro! É este o cangalheiro, pois acabámos de passar o penhorista. Quer ir lá, Watson? O seu aspecto inspira confiança. Pergunte a que horas é o funeral de Poultney Square, amanhã.





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