A Princesa da Babilónia - Cap. 4: Capítulo 4 Pág. 27 / 82

Mas, deve-se considerar que, na disputa dos troianos, apenas se tratava de uma mulher já velha e muito libertina que se fizera raptar duas vezes, ao passo que ora se tratava de duas moças e um pássaro.

O rei das Índias ia esperar seu exército na grande e magnífica estrada que se dirigia, numa reta, de Babilônia a Caxemira. O rei dos citas corria com Aldeia pela bela estrada que levava ao monte Imaús. Todos esses caminhos desapareceram depois, devido à má administração. O rei do Egito marchara para o ocidente, e costeava o pequeno mar Mediterrâneo, que os ignorantes hebreus chamaram depois o grande mar.

Quanto à bela Formosante, seguia a estrada de Baçorá, bordada de altas palmeiras que forneciam uma sombra eterna e frutas em todas as estações. O templo aonde ia em peregrinação situava-se na própria Baçorá. O santo a quem fora dedicado o templo era mais ou menos à moda, daquele que adoraram depois em Lâmpsaco. Não só conseguia marido para as moças, mas muitas vezes fazia papel de marido. Era o santo mais festejado de toda a Ásia.

Formosante não se preocupava absolutamente com o santo de Baçorá; só invocava o seu caro pastor gangárida, o seu belo Amazan. Contava embarcar em Baçorá para a Arábia, a fim de fazer o que o pássaro lhe ordenara.

Na terceira pousada, mal entrara numa hospedaria onde os seus furriéis lhe haviam preparado tudo, soube que o rei do Egito ali também chegava. Informado, por seus espiões, da marcha da princesa, mudara imediatamente de caminho, seguido de numerosa escolta. Chega; manda colocar sentinelas em todas as portas; entra no quarto da bela Formosante e diz-lhe:

- Jovem, era a ti mesma que eu buscava; fizeste pouco de mim quando eu estava em Babilônia; é justo punir as desdenhosas e as caprichosas: vais ter a amabilidade de cear comigo esta noite; não terás outro leito senão o meu, e eu me conduzirei contigo como bem me aprouver.





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