A Princesa da Babilónia - Cap. 4: Capítulo 4 Pág. 29 / 82

Numa palavra, tenho urgente necessidade de meu boticário, e espero que não me recusareis essa pequena demonstração de amor.

- Senhorita - respondeu-lhe o rei do Egito, - embora um boticário tenha ideias exatamente opostas às minhas, e o objeto de sua arte seja o contrário do de minha arte, sou bastante complacente para não recusar tão justo pedido. Vou ordenar que ele venha falar-te enquanto se prepara a ceia. Compreendo que devas estar um pouco fatigada da viagem; deves também ter necessidade de uma criada de quarto; podes mandar chamar a que melhor te agrade; aguardarei em seguida as tuas ordens.

Ele retirou-se; chegaram o boticário e a criada de quarto, chamada Irla, na qual a princesa depositava inteira confiança. Ordenou-lhe que mandasse trazer seis garrafas de vinho de Chiraz para a ceia e servisse outras tantas às sentinelas que vigiavam a seus oficiais. Recomendou ao boticário que metesse em todas as garrafas certas drogas da sua farmácia, que faziam dormir vinte e quatro horas, e de que ele estava sempre munido. Foi estritamente obedecida. Ao cabo de meia hora, voltou o rei com o esmoler-mor: a ceia foi muito alegre; o rei e o sacerdote esvaziaram as seis garrafas e confessaram que não havia um vinho igual no Egito; a camareira teve o cuidado de dar de beber aos criados que haviam servido. Quanto à princesa, absteve-se de beber, dizendo que o seu médico a pusera em regime. Em breve estavam todos adormecidos.

O esmoler do rei do Egito tinha a mais bela barba que pudesse carregar um homem da sua condição.





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