A Princesa da Babilónia - Cap. 4: Capítulo 4 Pág. 32 / 82

- Minha fênix - tornou a princesa, - considera que as primeiras palavras que me disseste em Babilônia e que eu jamais esquecerei, me encheram da esperança de tornar a ver aquele pastor a quem idolatro; é preciso absolutamente partirmos para a terra dos gangáridas, para que eu o traga de volta a Babilônia.

- É também o meu desejo - disse a fênix. - Não há um momento a perder. É preciso ir buscar Amazan pelo caminho mais curto, isto é pelos ares. Há na Arábia Feliz dois grifos, meus amigos íntimos, que apenas moram a cinquenta léguas daqui: vou escrever-lhes pelos pombos-correios; eles chegarão antes do anoitecer. Teremos tempo suficiente para mandar fazer um pequeno canapé cômodo, com gavetas, onde colocar as provisões de boca. A princesa estará perfeitamente à vontade nessa viatura, com a sua camareira. Os dois grifos são os mais vigorosos da sua espécie; cada um segurará um dos braços do canapé entre as garras. Mas ainda uma vez: o tempo urge.

Foi imediatamente, com Formosante, encomendar o canapé a um marceneiro seu conhecido. Ficou pronto em quatro horas. Puseram nas gavetas pãezinhos da rainha, biscoitos melhores que os de Babilônia, cidras, ananases, cocos, pistaches e vinho do Éden, que está para o de Chiraz como o de Chiraz está acima do de Suresnes.

O canapé era tão leve quanto cômodo e sólido. Os dois grifos chegaram ao Éden na hora justa. Formosante e Irla acomodaram-se na viatura. Os dois grifos ergueram-na como uma pluma. A fênix ora voava à frente, ora se empoleirava no espaldar. Os dois grifos rumaram para o Ganges com a rapidez de uma flecha que fende os ares. Os viajantes só repousavam alguns momentos à noite, para comer, e para dar um trago aos dois carregadores.





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