A Princesa da Babilónia - Cap. 4: Capítulo 4 Pág. 34 / 82

A princesa confessou que, se havia mais magnificência em Babilônia, a natureza era mil vezes mais agradável entre os gangáridas; mas, enquanto lhe ofereciam aquela música tão consoladora e voluptuosa, derramava lágrimas e dizia à sua jovem companheira Irla:

- Esses pastores e pastoras, esses rouxinóis e canários, estão todos amando, enquanto me sinto privada do herói gangárida, digno objeto dos meus mais ternos e impacientes desejos.

Enquanto assim fazia a sua refeição, e admirava, e chorava, dizia a fênix à, mãe de Amazan:

- Senhora, não podeis deixar de ver a princesa de Babilônia; bem sabeis que...

- Sei tudo - disse ela, - até a sua aventura na hospedaria da estrada de Baçorá; um melro me contou tudo esta manhã; e esse melro cruel foi o causante de que meu filho, desesperado, ficasse como louco e abandonasse a casa paterna.

- Não sabeis então - tornou a fênix - que a princesa me ressuscitou?

- Não, meu filho; pelo melro, sabia eu que estavas morto, o que me deixava inconsolável. Estava tão aflita com essa perda, com a morte de meu marido e a súbita partida de meu filho, que proibira toda e qualquer visita. Mas, já que a princesa de Babilônia me dá a honra de vir visitar-me, faze-a logo entrar; tenho coisas da máxima importância para lhe dizer, e quero que estejas presente.

Dirigiu-se em seguida a um outro salão, onde deveria encontrar-se com a princesa. Não andava com facilidade: era uma dama de cerca de trezentos anos; mas tinha ainda vestígios de beleza e bem se via que, entre os duzentos e trinta e os duzentos e quarenta anos, fora mesmo encantadora. Recebeu Formosante com uma nobreza respeitosa, a que se mesclava um ar de interesse e de dor, e que causou à princesa uma viva impressão.





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