A Princesa da Babilónia - Cap. 4: Capítulo 4 Pág. 35 / 82

Formosante lhe apresentou primeiro as condolências pela morte do marido.

- Ah! - exclamou a viúva. - Deveis interessar-vos pela sua perda mais do que pensais.

- Sem dúvida que me sinto abalada - disse Formosante. - Ele era pai de...

A estas palavras, ela pôs-se a chorar:

- Eu não tinha vindo senão por causa dele, e através de muitos perigos. Deixei, por ele, a meu pai e à mais brilhante Corte do universo; fui raptada por um rei do Egito a quem detesto. Escapando a este, atravessei os ares para ver aquele a quem amo; chego, e ele me foge!

As lágrimas e os soluços impediram-na de continuar.

- Alteza - disse-lhe então a mãe, enquanto orei do Egito vos sequestrava, enquanto ceavam ambos numa hospedaria da estrada de Baçorá, quando as vossas belas mãos lhe serviam vinho de Chiraz, não vos lembrais de ter visto um melro que revoava pela sala?

- É verdade, vós me reavivais a memória; eu não tinha prestado atenção; mas, concentrando-me, bem me lembro que, no momento em que o rei do Egito se erguia da mesa para me dar um beijo, o melro voou pela janela lançando um grito, e não mais reapareceu.

- Ai, Alteza! - suspirou a mãe de Amazan - Eis exatamente a causa das nossas desgraças. O meu filho mandara esse melro informar-se do vosso estado de saúde e de tudo o que se passava em Babilônia; esperava regressar em breve para lançar-se a vossos pés e consagrar-vos a vida. Nem sabeis a que ponto ele vos adora. Todos os gangáridas são amorosos e fiéis; mas o meu filho é o mais apaixonado e o mais constante de todas. O melro vos encontrou numa estalagem, a beber alegremente com o rei do Egito e um maldito sacerdote; ele vos viu enfim dar um terno beijo àquele monarca que matara a fênix e ao qual meu filho tem invencível horror.





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