A Princesa da Babilónia - Cap. 5: Capítulo 5 Pág. 40 / 82

- Ele partiu esta manhã, senhora, e não disse para que região se dirigiam seus passos.

Formosante voltou-se para a fênix:

- Já. viste, minha fênix - disse ela, - uma moça mais desgraçada do que eu? Mas, Senhor - continuou ela, - como, e por que pôde ele deixar tão repentinamente uma Corte assim refinada como a vossa e na qual me parece que se desejaria passar a vida?

- Eis, Senhora, o que aconteceu. Uma princesa de sangue real, das mais amáveis, apaixonou-se por ele, e marcou-lhe um encontro ao meio-dia; ele partiu ao amanhecer, deixando este bilhete, que muitas lágrimas custou à minha parente:

«Bela princesa do sangue da China, mereceu um coração que nunca tenha sido senão vosso; jurei aos deuses imortais só amar a Formosante, princesa de Babilônia, e ensinar-lhe como podemos dominar os desejos, em viagem; teve ela a desgraça de sucumbir com um indigno rei do Egito: sou o mais infeliz dos homens; perdi meu pai e a fênix, e a esperança de ser amado por Formosante; deixei minha mãe aflita e minha pátria, sem poder mais viver um só momento no lugar onde soube que Formosante amava a outro que não eu; jurei percorrer o mundo e ser fiel. Vós me desprezaríeis, e os deuses me puniriam, se eu violasse meu juramento; tomai um noivo, Senhora, e que possais ter uma fidelidade igual à minha.»

- Ah! deixai comigo essa admirável carta - disse a bela Formosante, - ela será o meu consolo; sinto-me feliz no meu infortúnio. Amazan me ama; Amazan renuncia, por mim, à posse das princesas da China; só ele, no mundo, é capaz de tal vitória; dá-me um grande exemplo; mas bem sabe a fênix que eu não precisava disso; é muito cruel ver-se a gente privada de quem ama só por causa do mais inocente dos beijos dado por pura fidelidade.





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