A Princesa da Babilónia - Cap. 5: Capítulo 5 Pág. 41 / 82

Mas afinal, aonde foi ele? Que caminho tomou? Dignai-vos dizer-me, e eu parto.

O Imperador da China respondeu que, pelos relatos que lhe haviam trazido, seguira Amazan uma estrada que levava para a Cítia. Em seguida foram atrelados os unicórnios, e a princesa, depois dos mais amáveis cumprimentos, despediu-se do imperador, com a fênix, a camareira Irla, e toda a comitiva.

Logo ao chegar à Cítia, viu, mais do que nunca, como os homens e os governos diferem, e diferirão sempre, até que um dia um povo mais esclarecido que os outros comunique a luz, de vizinho para vizinho, após mil séculos de trevas, e quando se encontrem, em climas bárbaros, almas heróicas que tenham a força e perseverança de transformar os brutos em homens.

Nenhuma cidade havia na Cítia e, por conseguinte, nada de artes agradáveis. Não se viam senão vastas planícies, e povos inteiros debaixo de tendas ou em cima de carros. Tal aspecto causava terror. Formosante Indagou em que tenda ou em que carreta se alojava o rei. Disseram-lhe que, oito dias antes, se pusera em marcha à frente de trezentos mil cavaleiros, para ir ao encontro do rei de Babilônia, a quem havia raptado a sobrinha, a bela princesa Aldeia.

- Raptou minha prima?! - exclamou Formosante. - Por essa nova aventura eu não esperava. Como! A minha prima, que se dava por muito feliz em me fazer a corte, se tornou rainha, e eu ainda não me casei!

Fez-se conduzir imediatamente às tendas da rainha.

Seu inesperado encontro naqueles remotos climas, as coisas singulares que tinham mutuamente a contar-se, deram à sua entrevista um encanto que as fez esquecer que jamais se haviam estimado; reviram-se com transporte; uma suave ilusão tomou o lugar da verdadeira ternura; beijaram-se chorando; e até cordialidade e franqueza houve entre ambas, uma vez que a entrevista não se realizava num palácio.





Os capítulos deste livro