A Princesa da Babilónia - Cap. 6: Capítulo 6 Pág. 47 / 82

Éolo não tinha mais dificuldade em contar todos os ventos que se combatem incessantemente do que aquele monarca em conciliar os espíritos; era um piloto cercado de eterna tempestade, e no entanto o barco não se quebrava: pois o príncipe era um excelente piloto.

Percorrendo todos esses países tão diferentes da sua pátria, Amazan evitava constantemente todas as aventuras galantes que se lhe apresentavam, sempre desesperado com o beijo de Formosante ao rei do Egito, sempre firme na sua inconcebível resolução de dar a Formosante o exemplo de uma fidelidade única e inabalável.

A princesa de Babilônia, com a sua fênix, sempre lhe seguia o rastro, nunca desencontrando-se de Amazan, a não ser por um dia ou dois, sem que este jamais se cansasse de correr, nem ela de o seguir.

Atravessaram assim toda a Germânia; admiraram os progressos que faziam no Norte a razão e a filosofia; todos os príncipes eram ali instruídos, todos autorizavam a liberdade de pensamento sua educação não fora confiada a homens que tivessem interesse em enganá-los ou que estivessem eles próprios enganados; tinham-nos educado no conhecimento da moral universal e no desprezo das superstições; haviam banido de todos aqueles Estados um insensato costume que enervava e despovoava diversos países meridionais: o de enterrar vivos, em vastos calabouços, um número infinito de pessoas dos dois sexos, eternamente separados um dos outros, e de os fazer jurar que nunca teriam relações. Esse cúmulo da demência, respeitado durante tantos séculos, tinha devastado o mundo da mesma forma que as guerras mais cruéis.





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