A Princesa da Babilónia - Cap. 8: Capítulo 8 Pág. 53 / 82

Foram para a mesa. Fez Amazan sentar-se a seu lado e serviu-lhe pudins de toda espécie, pois soubera dele que os gangáridas não se alimentavam de nada que houvesse recebido dos deuses o dom celestial da vida. Sua beleza, sua força, os costumes dos gangáridas, o progresso das artes, a religião e o governo, foram assunto de uma conversação tão agradável quão instrutiva durante a refeição, que durou até. a noite, e durante a qual milorde Que Importa bebeu muito e não disse palavra.

Após o jantar, enquanto milady servia o chá e devorava o jovem com os olhos, conversava este com um membro do parlamento, pois é sabido que já então havia um parlamento e que se chamava Wittenagemot, o que significa assembleia das pessoas de espírito. Amazan informava-se da constituição, dos usos e costumes, das leis, das forças, das artes, que tão recomendável tornavam aquele país; e o referido senhor falava-lhe nos seguintes termos:

- Por muito tempo andamos inteiramente nus, embora o clima não seja quente. Durante muito tempo fomos tratados como escravos por gente vinda da antiga terra de Saturno, regada pelas águas do Tibre. Mas a nós mesmos temos causado maiores males do que os sofremos da parte de nossos primeiros vencedores. Um de nossos reis levou a baixeza a ponto de se declarar súdito de um sacerdote que também morava à margem do Tibre, e a quem chamavam o Velho das Sete Colinas; de tal modo foi destino dessas sete montanhas dominarem por muito tempo uma grande parte da Europa, habitada então por brutos.

»Após. esses tempos de aviltamento, vieram séculos de ferocidade e anarquia. A nossa terra, mais tempestuosa que os mares que a cercam, foi sacudida e ensanguentada por nossas discórdias. Vários testas-coroadas pereceram no último suplício.





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