A Princesa da Babilónia - Cap. 10: Capítulo 10 Pág. 67 / 82

Esse gênero de espetáculo, que reunia tantos gêneros, era conhecido sob um nome estrangeiro: chamava-se ópera, o que significava outrora na língua das sete montanhas trabalho, cuidado, ocupação, indústria, empresa, negócio.

Aquele negócio o encantou. Uma rapariga, sobretudo, fascinou-o com a sua voz melodiosa e as graças que a acompanhavam; essa rapariga de negócio foi-lhe apresentada após o espetáculo por seus novos amigos. Ele lhe fez presente de um punhado de diamantes. Tão reconhecida lhe ficou a rapariga que não o pôde deixar no resto da noite. Ceou com ela, e durante a ceia, esqueceu a sua sobriedade; e, após a ceia, esqueceu o seu juramento de se conservar sempre insensível à beleza e inexorável ante as coqueterias. Que exemplo da fraqueza humana!

A bela princesa de Babilônia chegava então com a fênix, a sua camareira Irla, e seus duzentos cavaleiros gangáridas montados em seus unicórnios. Foi preciso esperar muito até que abrissem as portas. Ela perguntou primeiro se o mais belo, o mais corajoso, o mais inteligente e o mais, fiel dos homens ainda não havia chegado àquela cidade. Os magistrados logo compreenderam que queria referir-se a Amazan. Fez-se conduzir onde ele se achava hospedado; entrou, com o coração palpitante de amor: toda a sua alma estava penetrada da inexprimível alegria de tornar a ver enfim, na pessoa do bem-amado, o modelo da constância. Nada a pôde impedir de entrar no seu quarto; os cortinados estavam abertos: ela viu o belo Amazan adormecido entre os braços de uma linda morena. Tinham ambos grande necessidade de repouso.

Formosante lançou um grito de dor que ecoou por toda a casa, mas que não pôde despertar nem a seu primo, nem à mulher de negócio. Tombou desmaiada nos braços de Irla.





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