A Princesa da Babilónia - Cap. 10: Capítulo 10 Pág. 68 / 82

Logo que recobrou os sentidos, retirou-se daquele quarto fatal com um misto de dor e cólera. Irla informou-se sobre quem era aquela que passava tão doces horas com o belo Amazan. Disseram-lhe que era uma rapariga de negócio, muito complacente, que reunia aos seus outros talentos o de cantar com muita graça.

- Ó céus! ó poderoso Orosmade! - exclamava, chorando, a bela princesa de Babilônia. - Por quem sou eu traída, e com quem! Então aquele que recusou por mim tantas princesas abandona-me agora por uma farsante das Gálias! Não, não poderei sobreviver a esta afronta!

- Eis, senhora - lhe disse Irla, - como são os rapazes, de um extremo a outro do mundo. Ainda que estejam enamorados de uma beleza descida do céu, podem ser-lhe infiéis, em certos momentos, com uma criada de taverna.

- Está decidido - disse a princesa, - nunca mais o verei em toda a vida; partamos imediatamente, e que atrelem meus unicórnios.

A fênix pediu-lhe para esperar ao menos que Amazan despertasse, a fim de que lhe pudesse falar.

- Amazan não merece que lhe fales - disse a princesa, - e assim me ofenderias cruelmente; julgaria ele que eu te pedi para o censurares e que desejo reconciliar-me com ele. Se me estimas, não acrescentes esta injúria à injúria que ele me fez.

A fênix, que afinal de contas devia a vida à filha do rei de Babilônia, não pôde desobedecer-lhe.

- Para onde vamos, senhora? - perguntou-lhe Irla.

- Não sei - dizia a princesa, - tomaremos o primeiro caminho que encontrarmos: desde que me afaste para sempre de Amazan, estou satisfeita.





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