A Princesa da Babilónia - Cap. 11: Capítulo 11 Pág. 77 / 82

- Sire - disse Amazan, -: os últimos a chegar ganham às vezes dos que entraram primeiro na corrida. Pensam no meu país que o homem é originário da Índia, mas eu não tenho certeza alguma.

- E tu - perguntou o rei da Bética à fênix, - que pensas a respeito?

- Sire - respondeu a fênix, - sou ainda muito jovem para estar informada da antiguidade. Não vivi mais que uns vinte e sete mil anos; mas meu pai, que viveu cinco vezes essa idade, me dizia haver sabido, por meu avô, que as regiões do Oriente sempre foram mais povoadas e mais ricas que as outras. Sabia, por seus antepassados, que as gerações de todos os animais tinham começado às margens do Ganges. Quanto a mim, não tenho a vaidade de ser dessa opinião. Não posso acreditar que as raposas de Albion, as marmotas dos Alpes e os lobos das Gálias venham do meu país; da mesma forma, não creio que os pinheiros e os carvalhos das vossas regiões descendam das palmeiras e dos coqueiros da Índia.

- Mas de onde vimos então? - indagou o rei.

- Nada sei - respondeu a fênix. - Desejaria apenas saber para onde poderão ir a bela princesa da Babilônia e o meu querido amigo Amazan.

- Duvido muito - observou o rei - de que, com os seus duzentos unicórnios, possa ele atravessar tantos exércitos de trezentos mil homens cada um.

- Por que não? - disse Amazan.

O rei da Bética sentiu o sublime do por que não?; mas achou que só o sublime não bastava contra exércitos inumeráveis.

- Aconselho-vos - disse ele - a procurardes o rei da Etiópia; mantenho relações com esse príncipe negro por intermédio de meus palestinos. Dar-vos-ei cartas para ele. Como é inimigo do rei do Egito, há de sentir-se muito feliz de se ver fortalecido pela vossa aliança.





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