A Princesa da Babilónia - Cap. 11: Capítulo 11 Pág. 78 / 82

Posso auxiliar-vos com dois mil homens muito sóbrios e muito bravos; só dependerá de vós engajardes outros tantos entre os povos que moram, ou antes, que saltam, ao pé dos Pireneus, e a quem chamam vascos ou vasconços. Manda um de teus guerreiros, num unicórnio, com alguns diamantes, e não haverá vasco que não deixe o castelo, isto é, a choupana de seu pai, para servir-te. São infatigáveis, corajosos e alegres; ficarás muito satisfeito com eles. Enquanto não chegam, nós vos ofereceremos festas e vos aprestaremos navios. Para o serviço que me prestastes, todo reconhecimento é pouco.

Amazan desfrutava do prazer de haver reencontrado Formosante e de gozar em paz, na sua conversação, todos os encantos do amor reconciliado, que quase valem os do amor nascente.

Em breve chegou uma tropa vigorosa e alegre de vasconços, dançando ao som dos pandeiros; outra tropa vigorosa e séria de guerreiros da Bética se achava a postos. O velho rei trigueiro abraçou ternamente os dois enamorados. Mandou carregar seus navios de armas, leitos, jogos de xadrez, trajos negros, gorjeiras, cebolas, carneiros, galinhas, farinha e bastante alho, desejando-lhes feliz travessia, um amor constante e vitórias.

A frota ancorou à margem onde se diz que, tantos séculos depois, a fenícia Dido, irmã de Pigmalião, esposa de Siqueu, tendo deixado a cidade de Tiro, foi fundar a soberba cidade de Cartago, cortando um couro de boi em loros, segundo o testemunho dos mais graves autores da antiguidade, os quais nunca contavam fábulas, e de acordo com os professores que escrevem para meninos; embora jamais tivesse havido ninguém em Tiro que se chamasse Pigmalião, ou Dido, ou Siqueu, que são nomes inteiramente gregos, e embora não houvesse rei em Tiro naquele tempo.

A soberba Cartago não era ainda um porto de mar; não havia ali senão alguns númidas que secavam peixe ao sol.





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