A Princesa da Babilónia - Cap. 11: Capítulo 11 Pág. 79 / 82

Costearam Bizacene e Sirtes, as férteis plagas onde existiram mais tarde Cirene e a grande Quersoneso.

Chegaram enfim à primeira embocadura do rio sagrado do Nilo. Era na extremidade dessa terra fértil que o porto de Canope já recebia os navios de todas as nações comerciantes, sem que se soubesse se o Deus Canope fundara o porto, ou se os habitantes haviam fabricado o deus, nem se a estrela Canope dera seu nome à cidade, ou se a cidade dera o seu à estrela. Só o que se sabia é que a cidade e a estrela eram muito antigas e é só o que se pode saber da origem das coisas, qualquer que seja a natureza delas.

Foi lá que o rei da Etiópia, tendo assolado todo o Egito, viu desembarcar o invencível Amazan e a adorável Formosante. Pensou que ele fosse o deus dos combates e ela a deusa da beleza. Amazan apresentou-lhe a carta de recomendação do rei da Espanha. O rei da Etiópia começou dando festas admiráveis, segundo o indispensável costume dos tempos heróicos; em seguida falaram de ir exterminar os trezentos mil homens do rei do Egito, os trezentos mil do imperador das Índias e os trezentos mil do grande Kan dos citas, que cercavam a imensa, a altiva, a voluptuosa cidade de Babilônia.

Os dois mil espanhóis que Amazan trouxera consigo disseram-lhe que não precisavam do rei da Etiópia para socorrer Babilônia; que era suficiente que seu rei lhes houvesse ordenado que a fossem libertar; que bastavam eles para tal expedição.

Quanto aos vasconços, disseram que já tinham feito muitas daquelas; que bateriam sozinhos os egípcios, os indianos e os citas, e que só marchariam com os espanhóis sob a condição de que estes ficassem à retaguarda.

Os duzentos gangáridas puseram-se a rir das pretensões de seus aliados e garantiram que, apenas com cem unicórnios, fariam fugir todos os reis da terra.





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