Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 23: Capítulo 23

Página 236
Zulmira e o Barão à mulher, e seguiram todos para o Largo de São Francisco, lentamente, em andar de passeio, acompanhados pelo parasita. Lá chegados, Miranda queria que o vizinho aceitasse um lugar no seu carro, mas João Romão tinha ainda que fazer na cidade e pediu dispensa do obséquio. Botelho também ficou; e, mal a carruagem partiu, este disse ao ouvido do outro, sem tomar fôlego:

— O homem vai hoje, sabe? Está tudo combinado!

— Ah! vai? perguntou João Romão com interesse, estacando no meio do largo. Ora graças! Já não é sem tempo!

— Sem tempo! Pois olhe, meu amigo, que tenho suado o topete! Foi uma campanha!

— Há que tempo já tratamos disto!...

— Mas que quer você, se o homem não aparecia?... Estava fora! Escrevi-lhe várias vezes, como sabe, e só agora consegui pilhá-lo. Fui também à polícia duas vezes e já lá voltei hoje; ficou tudo pronto! mas você deve estar em casa para entregar a crioula quando eles lá se apresentarem...

— Isso é que seria bom se se pudesse dispensar... Desejava não estar presente...

— Ora essa! Então com quem se entendem eles?... Não! tenha paciência! é preciso que você lá esteja!

— Você podia fazer as minhas vezes...

— Pior! Assim não arranjamos nada! Qualquer dúvida pode entornar o caldo! É melhor fazer as coisas bem feitas. Que diabo lhe custa isto?... Os homenzinhos chegam, reclamam a escrava em nome da lei, e você a entrega — pronto! Fica livre dela para sempre, e daqui a dias estoura o champanha do casório! Hein, não lhe parece?

— Mas...

— Ela há de choramingar, fazer lamúrias e coisas, mas você põe-se duro e deixe-a seguir lá o seu destino!... Bolas! não foi você que a fez negra!...

— Pois vamos lá! creio que são horas.

— Que horas são?

— Três e vinte.

— Vamos indo.

E desceram de novo a Rua do Ouvidor até ao ponto dos bondes de Gonçalves Dias.

— O de São Clemente não está agora, observou o velho. Vou tomar um copo d’água enquanto esperamos.

Entraram no botequim do lugar e, para conversar assentados, pediram

<< Página Anterior

pág. 236 (Capítulo 23)

Página Seguinte >>

Capa do livro O Cortiço
Páginas: 239
Página atual: 236

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 16
Capítulo 3 27
Capítulo 4 39
Capítulo 5 47
Capítulo 6 53
Capítulo 7 61
Capítulo 8 76
Capítulo 9 89
Capítulo 11 126
Capítulo 12 138
Capítulo 13 147
Capítulo 14 156
Capítulo 15 165
Capítulo 16 175
Capítulo 17 186
Capítulo 18 190
Capítulo 19 196
Capítulo 20 208
Capítulo 21 216
Capítulo 22 227
Capítulo 23 234