aquele que ali está deixa cair o escopro! Com efeito!
João Romão ficou calado, a cismar, enquanto voltavam. Vinham ambos pensativos.
— E você, se eu o tomar, disse depois o vendeiro, muda-se cá para a estalagem?...
— Naturalmente! não hei de ficar lá na cidade nova, tendo o serviço aqui!...
— E a comida, forneço-a eu?...
— Isso é que a mulher é quem a faz; mas as compras saem-lhe da venda...
— Pois está fechado o negócio! deliberou João Romão, convencido de que não podia, por economia, dispensar um homem daqueles. E pensou lá de si para si: “Os meus setenta mil-réis voltar-me-ão à gaveta. Tudo me fica em casa!”
— Então estamos entendidos?...
— Estamos entendidos!
— Posso amanhã fazer a mudança?
— Hoje mesmo, se quiser; tenho um cômodo que lhe há de calhar. É o número 35. Vou mostrar-lho.
E aligeirando o passo, penetraram na estrada do capinzal com direção ao fundo do cortiço.
— Ah! é verdade! como você se chama?
— Jerônimo, para o servir.
— Servir a Deus. Sua mulher lava?
— É lavadeira, sim senhor.
— Bem, precisamos ver-lhe uma tina.
E o vendeiro empurrou a porta do fundo da estalagem, de onde escapou, como de uma panela fervendo que se destapa, uma baforada quente, vozeria tresandante à fermentação de suores e roupa ensaboada secando ao sol.