Primaveras Românticas - Cap. 2: Beatrice Pág. 13 / 118

Oh! vem! que eu sofro! vem trazer-me a calma,
Que anelo e busco no teu puro olhar!
Se a minha estrela se apagar sumida,
Oh, surge, surge, no meu céu da vida...
E então minha alma...
Há-de exultar!

 


*

 

Quando a vida sentir já sem abrigo,
Já quase a sossobrar na dor envolta
- Vela, que se desfaz, no mar revolta -
Irmã! por me salvar, serei contigo!

 

Quando a dor me levar a cor da vida,
Como à nuvem seu brilho o vento leva,
Buscando quem me afaste a morte seva,
Irei, irei então buscar-te, querida!

 

Quando o pouco calor, que inda comporta,
Que inda conserva esta alma, vir extinto,
E a luz, a luz do espírito, que sinto
Ir-se apagando, em todo vir já morta;

 

Buscarei no teu seio aquela fonte
Constante e pura do mais puro afecto;
E ele - o vaso d'aroma e amor repleto -
Há-de de amor e aroma ungir-me a fronte.

 





Os capítulos deste livro