III
Se eu fora a terra, que tu vais pisando
- De olhar no céu - a terra que nem vês...
Quando por sobre mim fosses andando...
Floria-te esses pés!
Fora eu o mar, aonde mãos e braços
E o corpo, nu, mergulhas vergonhosa...
Pudera eu ser então a onda amorosa...
Vestia-te d'abraços!
Se eu fora o céu, que à noite, se meditas,
Te vai mostrando as fúlgidas areias,
Lançara-te, se eu fora o céu que fitas,
Os astros, às mãos cheias!
IV
Eu sou a concha das praias
Que anda batida da onda
E, de vaga em outra vaga,
Não tem aonde se esconda.
Mas se um menino, da areia
A colher e a for guardar
No seio... ali adormece
E é ali seu descansar.
Pois sou a concha da praia
Que anda batida da onda...
Sê tu esse seio infante,
Aonde a triste se esconda!