Primaveras Românticas - Cap. 3: Pepa Pág. 32 / 118

Vê tu pois que amor este, flor do prado!
Vê que amor há-de ser, pura açucena!
Que, tendo tu em ti a luz serena
Do céu, e quanto o mundo dilatado,

 

E o mar e a terra tem - quanto há de belo,
Quanto os olhos de ver jamais se cansam,
Sim, tudo - eu, filha, em ti, só, hei-de vê-lo...
Que além de ti meus olhos nada alcançam!

 

Considera isto bem: que já não sei
Com estes meus dois olhos ver mais nada...
E eis que venho encontrar em ti, amada,
Tudo que amava então quando ceguei!

 

Céu, donde aspiro a luz e as virações...
Mar, que a meus pés sua onda vem deitar...
Vê, numa só paixão, quantas paixões!
Vê com quantos amores te hei-de amar!

 


XIV

 

Dá-me pois olhos e lábios;
Dá-me os seios, dá-me os braços;
Dá-me a garganta de lírio;
Dá-me beijos, dá-me abraços!

 





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