À noite as flores suspiram
Pelos raios do luar...
Vamos, filha, à lua cheia,
Entre as flores suspirar...
Hás-de ouvir falar minha alma,
Hás-de ouvir-lhe o seu segredo...
Oh! as belas flores lânguidas,
Medradas entre o arvoredo!
II
Os meus grandes desejos me endoidecem...
O meu triste futuro me atormenta...
Mas o vago perfume das florestas,
Refrescando minha alma, me adormenta.
Alta noite, ao luar, entre a folhagem,
A alma dá mais amor e aroma os lírios...
Eu tenho o coração cheio de sonhos!
Eu tenho a vida cheia de delírios!
Lá quando as sombras caem e escurecem
Os fantásticos vãos dos arvoredos,
Peço às visões da noite que me ensinem,
Dos mundos donde vêm, canto e segredos.