Lá quando os rouxinóis estão cantando
Às rosas purpurinas das balseiras
Também se erguem em mim, como aves de oiro,
As minhas doces ilusões primeiras.
Nem eu sei porque sonho noite e dia...
Mas ao longe sussurram os pinhais...
As estrelas do céu parecem tristes
Inclinando-se a ouvir meus tristes ais.
Se eu não tivesse o eco das florestas,
Se não tivesse o vento das devezas,
Quem te havia levar os meus suspiros?
Quem te havia contar minhas tristezas?
É minha confidente a natureza,
O livre vento é meu único amigo...
Se ele me fala a mim, por alta noite,
E porque ao pôr do sol falou contigo!
A noite é o meu berço d'esperanças,
Onde o luar me embala a pobre vida...
As estrelas do céu vão-me cantando,
Por que eu possa sonhar contigo, querida!