É de noite, ao luar, entre a folhagem,
Quando a alma é toda amor e aroma os lírios,
Que eu deixo o coração ir-se-me em sonhos,
Que eu tenho a vida cheia de delírios!
Vem tu ver os crepúsculos da tarde!
Vem tu ver os rocios da manhã!
A rola faz de musgo o doce ninho...
Eu sou o musgo, sê tu a rola, irmã!
III
Correr nas livres colinas!
Adormecer ao luar!
Ver teus olhos, acordado,
E as estrelas, a sonhar!
Ter em cima o céu, e em baixo
A natureza florida,
E bem no meio do peito
A tua imagem, querida!
Ter uma tenda formada
Com os raios das estrelas,
Cuja porta só abrissem
As tuas mãozinhas belas!
Ter por jardim dos amores
O céu, os vales, e os montes,
Por leito o berço dos ventos,
E docel os horizontes!